Wednesday, March 30, 2011

Pedindo uma carta de recomendação

Aberta a seleção. Rapidamente procuramos o edital para digerí-lo; lá está um dos documentos requeridos: carta(s) de recomendação. Aposto que seu primeiro pensamento é "vou pedir pra fulano e para cicrano, ou seria melhor para beltrano?". Bem, se você pensou assim e já teve três opções, ótimo! Mas pense bem se realmente são as melhores.

Antes de tudo, uma informação importante: uma carta de recomendação não é um depoimento do Orkut. Tome nota disso.

Duas informações básicas que você deve absorver desde o início dizem respeito a existência de um modelo para o preenchimento da carta e, caso existente, que informações esse modelo pede. Caso haja um roteiro de preenchimento você já poderá traçar o perfil das pessoas que você pedirá a carta. Se, por exemplo, essa carta pede mais informações sobre experiências de trabalhos em campo, talvez seja melhor você pedir a carta ao seu supervisor de estágio em obras (no caso de engenheiros civis). Caso a carta faça perguntas sobre sua capacidade intelectual e científica, é melhor pedir àquele profissional que mais trabalhou com você esse aspecto. Isso parece um pouco óbvio, mas não se iluda, muita gente pede cartas de recomendação apenas pela afinidade pessoal e termina colocando outras pessoas numa saia justa, pois elas, muitas vezes, não tem conteúdo real para preencher.

Se você tiver opções, pense na pessoa com o perfil correto para te recomendar. Profissionais sérios e bem conceituados não irão escrever maravilhas de você somente por serem pessoas gentis. Uma recomendação é uma atividade formal, que merece prudência e que envolve a reputação de quem está recomendando. Pode ter certeza que muitas pessoas que participam de comissões de avaliação já conhecem os autores que sempre emitem generosos comentários sem muitos critérios, esses não possuem muita credibilidade.

Também não tente selecionar o "recomendador"* pelo currículo ou reconhecimento da área, uma vez que ele não teve uma relação sólida com você para te recomendar. Ele pode aceitar te recomendar por entender que você não teve opções, mas, provavelmente, ele não irá criar fantasias na carta de recomendação. É melhor uma carta de um profissional que não seja tão reconhecido mas seja sincera e transmita detalhes importantes do que uma carta de um grande profissional com informações superficiais.

Outra coisa, preste atenção no edital. Não vá pedir a carta de recomendação preenchida para você uma vez que o próprio "recomendador"* tem a responsabilidade de enviar. Grande parte dos processos de recomendação funcionam assim. Para casos de seleções internacionais, verifique também em que língua a carta pode ser preenchida, pois não é para qualquer um que você pode pedir um texto em inglês, imagina francês ou alemão? Dependendo da pessoa é até possível, pois, em alguns casos, você sabe quem irá se esforçar e que isso não tornará sua imagem negativa.

Finalmente, não esqueça de repassar todas as informações necessárias para que o "recomendador"* saiba sobre o objetivo do processo de seleção que você estará participando e quais as consequências caso você seja aprovado ou reprovado. Pode ser que essa seja a seleção da sua vida, então ele deverá ter mais cuidado que o normal com as palavras e clareza do texto.

Sucesso!

* o uso de recomendador no lugar de recomendante foi proposital :)